Asas da Poesia
Da pena que carregas nessas costas
Voam as letras de uma poesia.
São pássaros canoros que, de dia,
Cobrem a tua pele descomposta.
E o meu olhar, ante a visão tão exposta
Pelos cetins do amor e em covardia
A essa luxúria que me traz magia,
Cede ao desejo e com ardor se acosta.
Teu corpo nu, convite que me inflama,
Que arde as entranhas, que me silencia,
É carne em verso onde o prazer se trama.
E quando, enfim, a noite se esparrama
Num véu de estrelas que o amor alumia,
Vejo em ti, pronta, a minha poesia.
Sonya Azevedo