"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

quinta-feira, 21 de abril de 2016

O Nada



Vazio...
O nada e este coração solitário
Que permeiam os vales,
Os muitos luares...

Nada...
Nada além deste coração solitário
Que vagueia nas estrelas, 
Na dança morta do riacho,
Vagaroso,
Temeroso...

Nada...
É só o silêncio do amanhecer
Na harpa dos cabelos teus...

Nada...
O nada e estes olhos meus que respiram
O sussurro das marés;
E buscam nas várias vagas,
Nos tantos cais,
Pelo sol dos braços teus...

(Sonya Azevedo)



sábado, 2 de abril de 2016

O Pássaro e a Eternidade



Esse belo pássaro que me espia
Pela janela, o tempo, se diz ser.
Mas se aquieta como se, esquecer,
De si mesmo, quisesse. Então, adia

O seu voo, em parco intervalo
De segundos, que lhe parece ser
A eternidade. Isso, até ele, quer ter.
Nada nesse átimo sofre algum abalo.

Tudo para; só o silêncio se faz.
O vento, por respeito, se emudece...
Não sopra, não assovia, só se enternece
Co' o pássaro e a nostalgia que ele traz.

E, bem fundo, penetro, em seu olhar...
Sinto que ele também já não quer voar,
Só quer uma sacada para descansar,
Deixar correr o rio rumo ao mar,
Do violão ouvir u'a canção de ninar.

(Sonya Azevedo)

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