"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

sábado, 23 de setembro de 2017

Espelhos



Desenho lavado de bordas de rio
São aquarelas de sonhos
Onde o tempo passa 
E, extasiado, para.

O acarneirado brinca 
De fazer caretas 
De assustar peixinhos
Na calmaria espelhada 
Do estuário.

Na virgem transparência do rio
A quietude refletida da paz.
Até a brisa, ondas não faz,
Mas traz sonhos à poesia.

Salpicos de voos rasantes
São letras perdidas,
Soltas penas adejantes
Nas cálidas mãos do poeta.

Lento como a querer
Ter para si instantes derradeiros,
Pranteia o rio todos os seus sais
Salgando para sempre
A imensidão do mar.

(Sonya Azevedo)

Liberdade



Sua forma de versar é unica 
e ao mesmo tempo indecifrável
(Poeta Carioca)

Em mim tu vives, doce Liberdade!
És a minha visão, és o meu pensar,
És o tudo que desejo criar.
Nessa aventura sou infinidade!

Sou ave sobrevoando a imensidade,
Vivendo dos sonhos do verbo amar.
Sou a amante desejosa do luar
A vivenciar a ardente saudade.

Sou até a mais brilhante cadente
A cortar os céus da minha fantasia.
Aos alvos lenços, faço-me eloquente.

Quando em mim, tornas-me a pura ousadia,
Então, do soneto, quebro a patente,
E torno-te viva em minha poesia!

(Sonya Azevedo)

Poesia inspirada no comentário do querido amigo e poeta
Ricardo, o Fera, Poeta Carioca.
Em 29/07/2017
Para a poesia: Poemas Esquecidos.
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