"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

domingo, 12 de junho de 2016

Pastor de Palavras



Assim, numa relva branca de poema,
Eu pastoreio as mágicas palavras,
Enquanto minhas mãos, a lira, lavra,
Nesse alto campo, um sonho em alfazema.

Tento ver verdes folhas no grafema
Que, úmido pela relva, se azinhavra...
Preso ao tronco, floreia tal palavra
Que o vento carrega, presa num poema.

Tal uma revoada de andorinhas,
Deixam o campo, até as verdes vinhas,
Nublam os sonhos, vão-se ao azul-mar.

Mas, em seu tempo irão querer tornar
E, ao poeta, palavras vão falar
Que em canção as fará pras pastorinhas.

Sonya Azevedo

sábado, 11 de junho de 2016

Por sobre os versos



Por ti, o amor caminha sobre os meus versos.
Desliza sobre ondas... ah! As tuas ondas!
Prende os fios a que a tua face não esconda,
E dá-me teus vales, montes, o universo...

Estrelas reluzem o meu sentir...
Ah! Doce sentir que a lua descobre
Tão logo o céu se faça em tom de cobre
E o sol, lasso, ponha-se a dormir.

O linho que, ao meu corpo, acaricia,
Orvalha-se do teu amor, da tua paz,
Que mesmo ausente, presente se faz,
E, faz-me amar-te, mais e mais, em poesia.

Sonya Azevedo

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