"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

terça-feira, 13 de maio de 2025

Ventania

Ventania

O vento buliçoso despenteia
A cabeleira de ouro que encobria
A relva já queimada em noite fria,
Desnuda a rama e assim a desnorteia

E das aves, desfaz seu ninho. A teia
Sem suas tramas, cai na mais sombria
Beira de um rio donde se resfria
Um sapo e vendo a presa a defunteia.

E segue o vento o curso desse rio
Brincando pelas águas feitas crespas
E, atento, segue o zuzunar das vespas

Que vão se alimentar longe do rio,
Levando-o pros telhados da cidade,
De onde ele varre as poeiras da saudade.

Sonya Azevedo
 

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