Néctar da Paixão
Perdão por esse amor tão repentino
Que me chegou assim, sem dar aviso,
Como se fosse um canto de improviso
Ou essa ousada mão deste destino.
Perdão por desnudar-me em desatino,
Pela paixão, quimeras que eu diviso,
Pelo amor infinito e impreciso
E por todo um viver que eu descortino,
Nos vários tons lavados da alvorada.
E me sentindo um pássaro voraz,
Vou-me ao teu ninho e ao tudo que me apraz.
Perco-me em tuas ondas com desejo,
Quebro-me em tua boca tão amada
E bebo deste néctar que é teu beijo.
Sonya Azevedo
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