"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Outono em Despedida


Outono em Despedida

Em tom cinzento e um leve e triste aceno,
Despede-se a estação do chão dourado,
Co' uma garoa fina e seu chiado,
Em harmonia co' o cantar sereno

Do ventar. E, o infinito, em tom ameno,
Apressa-se a beijar o acinzentado
Mar que, com seus cabelos ondulados,
Deita-se sobre os cristais escalenos.

E eu, na visão bendita desse adeus,
Senti na dor o brilho da alvorada,
Como se a noite abrisse os olhos meus....

Vendo a estação partir e enamorada
Co' a calma do silêncio, ouvi-me em Deus,
Na paz da despedida mais sagrada.

Sonya Azevedo 

4 comentários:

  1. Inspiração iluminada!Ainda hei de ver você publicar um livro! Parabéns pelo belíssmo soneto! Bjs

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    1. Anna, querida, só agora vendo seu comentário. Muito grata, de coração. Luz e paz. Bjs

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  2. Bom dia, querida Sonya, seus sonetos diferem de muitos, quais seguem tão somente as regras básicas, para compô-los, tornando-os envoltos em ataduras, já os seus, me sugerem pássaros livres de gaiolas, pois eles têm alma, sentimentos, têm fulgor transluzente, a gente sente o que tu sentiu ao riscá-los, por isso gosto muito de lê-la, caríssima poeta, só enriquece meu ser poético, obrigada pela arte, e parabéns!

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    1. Son, querida, muito grata por seu comentário e carinho. Fiquei lisonjeada. Luz e paz. Um ótimo final de semana. Bjs

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