Esses pontos brancos
na imensidão azul,
são minhas saudades
que se vão,
tais as gaivotas,
rumo ao sul.
Nessa migração,
vai também meu coração,
levado,
em algum momento,
por meu pensamento.
E este meu pensar
desliza sobre o tempo
em que asas eu havia
para em teu peito pousar.
Hoje, as penas que voam
são asas desdobradas
que seguem seu rumo
e secam as gotas
deste meu lembrar.
E essa saudade
segue firme
rumo ao infinito
onde tu,
em estrela,
se pôs a brilhar.
Sonya Azevedo