Ah! Rio-me pelos ventos dançarinos
Quando me vens em total transparência,
Quando teu corpo dança a mi'a cadência
Do ondear dos meus rios cristalinos.
Vens-me possuído deste olhar felino
A saciar-me a sede, a minha carência.
No teu corpo, perco-me da decência
E visto-me desse amor clandestino!
Os olhos da noite fazem-se cegos...
Mas as horas te despertam os sinos
Que badalam no leito que te espera.
E a mi'a noite segue sem teus afagos,
O meu peito chora o triste destino
De viver o amor em eterna espera!
Sonya Azevedo