Ah! Nessa
palidez crepuscular
Invade-me a tristeza,
hora canônica
Para o refolho
d'alma, dor tão crônica
Da saudade que teima por ficar.
Na brisa de asas postas a voar
Desfolho mi'as lembranças
nessa harmônica,
Notas da baixa-mar, paz
oceânica,
Misto de trégua ao
pranto deste olhar.
Vejo-as seguir em prece
tão ritmada
Da Ave Maria, em
flap para seu pouso
Aos ninhos, aconchego
de repouso.
A solidão se deita em
parapeito
Trazendo o negro véu a
este meu peito
Ardendo, este querer, por minha amada.
(Sonya Azevedo)