Dama da Noite
Ao entreolharem-se os girassóis
Hora entre luz e treva, última Thule,
E antes que o vento, nos astros, circule,
Aquieto o cantar dos rouxinóis.
Sopro-te a brisa dos perdidos sóis,
Dos tantos luares, a que o rio ondule
Em direção ao sonho e o module
De esperança co' os novos arrebóis.
Dispo-me do negror, deixo-o à noite!
Visto-me do rubro aroma de rosas;
No silenciar das horas o convite.
E no teu sono, as tuas mãos formosas,
Seguro-as firme a que tu não cogites
Seguir-me rumo as estrelas anosas.
(Sonya Azevedo)