"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Dama da Noite


Dama da Noite

Ao entreolharem-se os girassóis
Hora entre luz e treva, última Thule, 
E antes que o vento, nos astros, circule,
Aquieto o cantar dos rouxinóis.

Sopro-te a brisa dos perdidos sóis,
Dos tantos luares, a que o rio ondule
Em direção ao sonho e o module
De esperança co' os novos arrebóis.

Dispo-me do negror, deixo-o à noite!
Visto-me do rubro aroma de rosas;
No silenciar das horas o convite.

E no teu sono, as tuas mãos formosas,
Seguro-as firme a que tu não cogites
Seguir-me rumo as estrelas anosas.

(Sonya Azevedo)




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