"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

domingo, 3 de janeiro de 2016

Mar Revolto


Mar revolto

Encanta-me esta forte ressonância
Quando bravo lança-se aos rochedos
E fragmenta, em si, todos os seus medos,
Desesperanças e essa imensa ânsia.

Extasiada olho as gotas dançarinas
Exibindo-se ao sol. Doiros reflexos
Tal se fora um espelho convexo
Ou, quiçá, uma ínfima lamparina.

O horizonte, perdido, enciumado,
Inspira-o, suga-o, tão fortemente,
Em ânsia de conter-lhe intimamente
Que não o segura e o vomita bramado.

Parece que, em fúria, volta mais forte!
Fere a pedra querendo-lhe adentrar
E esta não esconde o seu prantear
A dor que sente e o nada que a conforte.

Sol é poente e a lua se faz despertar...
Vendo-se abraçado por doce amada,
Calma o furor, faz-lhe uma serenata,
Parecendo-me ser meu, o seu cantar.

(Sonya Azevedo)

2 comentários:

  1. Linda e generosa, a natureza presente na poesia...
    Amei!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grata querida Ana Bailune pela sua presença tão constante e gentis comentários. Luz e paz. Beijo no coração

      Excluir

Grata pela visita e pelo mimo!