Outono em Despedida
Em tom cinzento e um leve e triste aceno,
Despede-se a estação do chão dourado,
Co' uma garoa fina e seu chiado,
Em harmonia co' o cantar sereno
Do ventar. E, o infinito, em tom ameno,
Apressa-se a beijar o acinzentado
Mar que, com seus cabelos ondulados,
Deita-se sobre os cristais escalenos.
E eu, na visão bendita desse adeus,
Senti na dor o brilho da alvorada,
Como se a noite abrisse os olhos meus....
Vendo a estação partir e enamorada
Co' a calma do silêncio, ouvi-me em Deus,
Na paz da despedida mais sagrada.
Sonya Azevedo