Tão negros se vão
Pelos cirros
Das folhas
Em minhas mãos.
Voam...
Vão-se em própria dança
Bailado rebuscado
Em busca de bonança.
Altivo, elegante,
Já te cobristes de negro.
Hoje te integras
Às cores, aos corantes.
Nos dedos de uma criança
Fazes-te em ensaios.
Ensaios de sonhos
E de esperança!
Nos dedos de um poeta
Deformados pela artrite
És tão somente
Teu adorado grafite.
(Sonya Azevedo)