"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

domingo, 18 de setembro de 2016

O grafite


Tão negros se vão
Pelos cirros
Das folhas
Em minhas mãos.

Voam...
Vão-se em própria dança
Bailado rebuscado
Em busca de bonança.

Altivo, elegante,
Já te cobristes de negro.
Hoje te integras
Às cores, aos corantes.

Nos dedos de uma criança
Fazes-te em ensaios.
Ensaios de sonhos
E de esperança!

Nos dedos de um poeta
Deformados pela artrite
És tão somente
Teu adorado grafite.

(Sonya Azevedo)
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