Silêncio da Alma
No mais estranho abismo que me invade
A alma, ouço a voz do tempo a se extinguir.
Na imensidão sem fim da eternidade,
É onde a quimera deixa de existir.
Amplo é o breu, mas brilha a claridade.
O tempo segue. Já não há revir.
É vida em suspensão, toda a verdade
Que se revela ao centro do existir.
Na alma, não há início nem final.
Não há dor, som ou forma de esperança.
Somente o respirar original.
Assim, desnuda de qualquer lembrança,
Vejo-me tal primeira vez, real;
No âmago onde o silêncio se balança.
Sonya Azevedo