Soluçam os acordes dos violinos
De outono. Triste música que o vento
Co' as folhas secas, seu soprar torvento
Espalha aos ares, seu olor campino.
Cheiro de Gaia em pranto bailarino...
As ramas do salgueiro, tão prevento
Penteia a cabeleira para o evento
Que se fará no manto coralino.
Os frágeis passarinhos peregrinos
Silenciam-se pelo céu cinzento
Buscam nas folhas idas, o alimento
Que terão seus rebentos tão franzinos
A chuva cai.... Vem num pranto tão fino
Que ao riacho não dá crescimento.
E o violino sem conter tormento
Faz, desta triste sinfonia, um hino.
(Sonya Azevedo)