É manhãzinha e vem o burburinho
Errar na praça. São as cacatuas!
Aposentados vindos para as ruas
Trazendo suas vidas prum solzinho.
O árido prado rosa traz pinguinho
De suor, molha essas cabeças nuas
De fios que o tempo só, só acentua
Pondo na eira os nevados capinzinhos.
E o papo segue, jogam dominó
Cartas, e no silêncio de saudade
Rola na face o aljofar do temor.
É temor do amanhã, do estar tão só,
Da perda corriqueira de amizades,
Dos que se vão, deixando-os com sua dor.
(Sonya Azevedo)