No ouvir um planc, senti a dor do adeus.
Uma porta que, aberta, se fechou...
O sonho de um viver que não vingou
E, dentro de mim, algo se rompeu.
Esta dor o meu peito não colheu;
Doou ao vento que às nuvens levou,
E, tanta foi a dor, que o céu chorou
E o luar, solidário... se escondeu.
Bate o relógio seus infindos pulsos
Que mais parecem secos e convulsos
Tais os ecos que invadem a minha alma.
O tempo traz-me o pranto que me acalma;
O espelho, as fortes mágoas que eu devasso
E a boca, o fel amargo do fracasso.
(Sonya Azevedo)