Ao vir soprar as
folhas de outono,
O vento me traz a
doce saudade
Dos teus beijos,
sabor que eu relaciono
Com frutas
vermelhas, suas variedades.
Então corro a
degustar u'a cereja,
Suave maciez
tal teus lábios carmim...
Ouço sinos badalarem
na igreja
Perfumando o ar com
o olor de alecrim.
E ao acender a
estrela vespertina,
Quando se cala o
vozeio da passarada,
Hora maior que a
saudade atina,
Ouço no silêncio tua
voz adorada.
O teu cheiro de
champanhe e morango
Caminha comigo por
toda a casa,
Faz-me querer
dançar o último tango,
Reter teu calor
nesse peito que abrasa.
O relógio toca as
horas que passam;
Vem então a certeza
da tua ausência
Nesses versos
tantos que ora se lassam
E tiram do meu canto,
sua cadência.
Quieto-me, então, a
escrever-te u'a poesia
Descrevendo essa
imensa saudade
Que vagueia em meus
sonhos pelos dias
Em que te busco e a
tal... felicidade.
(Sonya Azevedo)