Havia um canto... canto do alvorar!
E eu já acostumada me aprazia
Dos teus silêncios, dessa fantasia
Que, em seu corpo, fazia-se aflorar.
E os beijos? Impossíveis de contar!
No ímpeto, era o teu corpo a primazia
Do tudo o mais que a nós satisfazia
E o cuco anuía antes de cantar...
E, assim, se iniciava o nosso dia!
Té hoje esse cantar inda persiste
Mas, vazia, é a cama das saudades.
Hoje, meu canto é teu corpo em poesia,
Num alvorar cantante que inda insiste
Em me mostrar da vida, as brevidades.
(Sonya Azevedo)