"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

O Mago e o Soneto



Gosto de ser um Mago brincalhão!
Co' as rimas, o que mais quero é jogar.
As regras só me vêm pra complicar
E delas, faço sempre confusão.

Mesmo assim, no geral, chega um tesão
E, pelos dados, crio um sortear.
Os quartetos são bons pra iniciar.
Mas, nos tercetos, há complicação!

Daí vem a bagunça. Um nó geral.
Quando vejo, fugi do essencial
E coloquei meu pé por sobre a mão.

E se era pra seguir as ditas regras
Digo-te, enfim, que a mim tu desintegras,
Mas, sigo com a varinha de condão!




 

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Silêncio


Silêncio

O meu silêncio não é rendição....
É a fortuna da sabedoria,
É uma paz que só traz alegria,
Mudez que fala sem exaltação....

Este silêncio traz o meu perdão;
Retira da alma toda esta agonia
Dando ao meu ser a básica alforria
A quem almeja uma outra direção.

Este silêncio traz vida em canção.
Coral esmaecido no arrebol,
Traz pingos que decoram o negror....

Este silêncio traz libertação,
Sedução, esperança ao vir do sol,
Que enche mi' a vida com raios de amor.

Sonya Azevedo

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Dia de Chuva

 
Dia de Chuva

Ó gris celeste, que traz nostalgia!
És manto extenso, feito de algodão
A revestir, suave, o coração
Que, tão sensível, busca a poesia.

E ela me vem em gotas de anistia,
Remindo ausências. Tanta comoção
há, quando a chuva triste beija o chão,
Que os trovões calam-se por cortesia.

E criam-se silêncios pelo dia....
As aves se recolhem aos seus ninhos,
E a hora, com seu langor, traz calmaria.

E eu, co' a pena, também o pergaminho,
Rabisco versos té ter a alegria,
De seduzir a Musa pro meu ninho.

Sonya Azevedo