"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dama Fatal

 

Que ela me chegue em tom de sol maior
Tão doce como um buquê de flores...
Que me faça rever os meus amores,
Que haja eu concluído meu sonho ulterior.

Seja ela leve, um adejar de pluma,
O beijo último de um beija-flor,
O ir-se do sol, um sussurro sem cor,
O belo luar que, ao infindo, se avoluma.

Que me venha co' o ouro das estrelas,
Co' a rapidez do falcão-peregrino
Com a candura que eu tanto atino
Co' o calor do amor que a tudo degela.

Que ela me envolva em suas imensas asas
E, em sonho, ir-me-ei à infinidade,
Adentrar o túnel da eternidade,
Singrando na mudez das ondas rasas.

E, co' um semblante de serenidade,
Possa eu deixar o invólucro dos anos,
Na vida findada por sobre os panos
E seguir, a Dama, com tranquilidade.

Um comentário:

  1. Boa noite amiga.
    Tive o imenso prazer de ouvir o recital dessa poesia pela própria autora... Imensidão... Esta ainda é a melhor palavra para descreve-lo.
    Tão leve e ameno, sábio e necessário... É com certeza o meu preferido, parabéns!
    Um beijo imenso e a gratidão sempre! Meu carinho, lu.

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Grata pela visita e pelo mimo!